segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Prepare- se seu corpo parar o verão


Perder peso x perder gordura

A primeira coisa que você precisa saber, e talvez a mais importante, é que perder peso não significa necessariamente emagrecer. O corpo humano é composto por diversos elementos, que são basicamente divididos em Massa Gorda (gordura essencial e gordura armazenada) e Massa Magra (músculos, ossos, órgãos, líquidos e outros tecidos).
Para se ter uma idéia, a água corresponde a 55% do nosso peso. Portanto, se você tomar um diurético e fizer muito xixi, ao final do dia certamente estará com menos peso, mas não estará mais magra. Isso porque, o corpo só liberou água, as gordurinhas continuam aí. Da mesma forma, quando encaramos uma dieta doida, ou exercícios físicos sem controle e alimentação incorreta, acabamos “queimando” água, músculos e nutrientes, o que é péssimo.
Segundo professor Mauro Guiselini, consultor científico e diretor do Instituto Runner, a boa forma resulta da diminuição de gordura e aumento de massa muscular, e não simplesmente da perda de peso. Por isso, vale a dica: “não brigue tanto com a balança, o melhor termômetro é a calça jeans, que se ajusta melhor no corpo esbelto e modelado, independente do peso”.

Calorias, prá quê te quero?

Assim como o carro produz energia mecânica com base na queima de gasolina, o corpo humano precisa dos alimentos, que são transformados em fontes de energia. Porém, quando a ingestão alimentar supera as necessidades diárias de energia, ocorre o armazenamento de calorias, principalmente sob a forma de gorduras, o que leva ao aumento de peso. Portanto, produzir calorias é essencial, ela nos mantém vivos, já o excesso não é bom.
A caloria é “queimada” dia e noite, em todos os momentos. "Queimar caloria é um termo, uma unidade de medida para dizer que a pessoa está usando energia”, explica o professor Mauro Guiselini.
É chamado de metabolismo basal, ou metabolismo de repouso, a quantidade de energia que o corpo gasta para estar vivo. Isso quer dizer que queimamos calorias até quando não fazemos nada. Porém, se o seu objetivo é emagrecer, o melhor mesmo é aumentar a queima de calorias, para isso é necessário aumentar a atividade física.

Mexa-se

Os exercícios aeróbios são os mais eficazes para queimar gordurinhas. E o melhor deles é que você mais curtir: caminhada, bicicleta, esteira, estepe, hidroginástica, etc. O segredo não está em qual deles você vai escolher, mas na forma que irá praticá-lo. O controle da freqüência cardíaca tem tudo a ver com emagrecimento, ela irá dizer se você está no ritmo certo para queimar massa gorda.
Uma pessoa que não é acostumada a praticar atividades físicas, deve manter a freqüência cardíaca de 110 até 120 batimentos por minuto. (veja como medir a freqüência cardíaca)
O professor Mauro Guiselini explica que neste ritmo é possível queimar cerca de 300 calorias em uma hora, a gordura corresponde de 30% a 40% do total. Trata-se de um ritmo leve e moderado, ideal para quem está começando a se exercitar. Se a pessoa tiver idade mais avançada, os batimentos por minutos devem ser menores. Contudo, se a pessoa for treinada e acostumada com exercícios aeróbios, o número aumenta. Portanto, a atividade física proporciona maior queima de calorias e, do total disso tudo, uma boa porcentagem é gordura.
Uma pessoa sedentária leva cerca de 20 minutos de atividade física para começar a queimar gordurinhas. Já um maratonista, queima gordura nos primeiros 10 minutos de prova. O segredo não está na velocidade, mas na freqüência. Quanto melhor for o preparo aeróbio da pessoa, mais rápido o corpo queimará gordura. Dessa forma, podemos concluir que o exercício aeróbio produz o efeito “bola de neve do bem”. Por isso, praticar atividade física uma hora por dia, três vezes por semana é essencial para emagrecer. Não adianta exagerar num dia e “cabular” no resto da semana, persistência é tudo.
Para complementar o exercício aeróbio recomenda-se exercícios de fortalecimento muscular. “É comum encontrarmos pessoas magras e flácidas, a musculação deixa o corpo mais bonito”.

Coma direito

A maioria dos profissionais aposta na reeducação alimentar para a redução de gordura corpórea. “A dieta de reeducação alimentar faz emagrecer gordura, e não massa muscular ou água”, orienta a nutricionista Cínthia Perine.
Não adianta “trancar” a boca loucamente. Dietas muito severas e malucas não funcionam e fazem com que o cérebro ative mecanismos de defesa. “O organismo não entende a mudança brusca de fornecimento de energia ou mesmo a falta agressiva de nutrientes, o ideal é reduzir quantidade, comendo com qualidade de tudo um pouco”.
Geralmente, uma mulher adulta em dieta deve consumir 1.300* calorias ao dia. “Calorias estas que devem ser destruídas adequadamente, não adianta comer 800 calorias de chocolate”, explica a nutricionista Alessandra Rodrigues, que exemplifica, “um pastel de feira e uma lata de refrigerante correspondem (em calorias) a um prato de salada de alface e tomate, mais duas colheres de arroz, outras duas de feijão e um bife de 100 gramas”.
Apesar das calorias serem as mesmas, vale a pena abrir mão do pastel com “refri” e escolher o prato de arroz com feijão e bife, que tem menos gordura e mais fibras e nutrientes.
“Com relação aos carboidratos, existem os bons e os ruins, os ruins são facilmente assimilados pelo organismo e transformados em açúcar”, explica o endocrinologista Filippo Pedrinola. Isso faz com que exista uma grande produção de insulina e depósito de gorduras no abdome. Entende-se por carboidratos ruins os derivados de farinha branca, como o pão francês, arroz, etc. Os bons carboidratos são os integrais, pois têm fibra, o que retarda a absorção de açúcar no organismo, como os produtos integrais em geral.

Coma mais vezes em menor quantidade

Faça três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar) e três lanches em horários intermediários das principais refeições. É importante tomar café da manhã, pois precisamos dar nutrientes ao corpo logo cedo para ele começar a trabalhar. O corpo não alimentado pela manhã começa a trabalhar em “modo econômico” e gasta menos energia. Por conseqüência, quando ele recebe o almoço, tem o "instinto" de armazenar tudo.
”Daí o organismo começa a se acostumar com o ‘sistema de guarda’, ou seja, ele aprende a funcionar utilizando pouca caloria e guardando muita, com isso, a pessoa não emagrece”, explica Alessandra.
Para evitar que o seu metabolismo trabalhe desta forma é necessário ter horários certos para se alimentar, além de introduzir as refeições intermediárias no seu dia, os famosos lanchinhos que antecedem o almoço, o jantar e o sono. Opte por barras de cereais, gelatina, frutas, leite, etc.
Quem pretende fazer dieta, mesmo que seja de reeducação alimentar precisa estar consciente de seu estado de saúde. “As dietas absurdas podem causar hipoglicemia, que é a falta de açúcar no sangue. Os principais sintomas são cansaço, mal-estar, tremedeira e tontura. Quem tem esses sintomas precisa fazer acompanhamento médico”, explica o doutor Filippo Pedrinola.
O doce causa bem-estar porque ele está diretamente relacionado á produção de serotonina no organismo, que é o hormônio responsável pelas nossas sensações agradáveis. Muitos antidepressivos trabalham com essa substância para tratar a depressão. As mulheres, quando passam pelo período menstrual têm a taxa de serotononia diminuída, por isso sentem vontade de comer doces.
Será que estou acima do peso? Não tenha dúvidas que o espelho é o melhor amigo para responder a esta pergunta. Ainda assim, existem alguns recursos que podem ajudar no diagnóstico, como o índice de massa corpórea (IMC), que relaciona o peso com a estatura da pessoa. O IMC não é um método muito eficiente, já que não leva em conta a quantidade de massa gorda e magra do organismo. Os treinadores físicos costumam utilizar o medidor de “prega cutânea” para determinar a quantidade de massa gorda de uma pessoa, aliando a esta outras técnicas de medição de gordura.

Dicas

Estabeleça recompensas: não adianta seguir a dieta de segunda a sexta e enfiar no pé na jaca nos finais de semana. Se você tem vontade de comer pizza, determine: “esta semana eu vou comer dois pedaços de pizza, essa é minha cota pé na jaca da semana”.
Mude o cardápio: geralmente as pessoas não "agüentam" a dieta porque o famoso "peito de frango grelhado com salada" acaba enjoando. O ideal é variar na salada e nas carnes: frango, peixe, carne vermelha, ovos. Também pode arroz com feijão, vegetais, proteínas, frutas. É só saber balancear.
Ai que fome: a alimentação gordurosa fornece saciedade no estômago, mas não nutre, não dá saciedade central (no sistema nervoso central). As pessoas em dieta consomem menos gordura, daí sentem um “vazio no estômago”. O ideal é continuar a dieta, o organismo tende a se adaptar ao cardápio mais leve.
Fator emocional: a fome ou a vontade de comer pode estar ligada a fatores emocionais. Exercícios físicos e relaxamento aumentam o equilíbrio emocional.

Redução de medidas

Segundo a dermatologista Maria Fernanda Ierardi Ribeiro, a gordura e celulite podem ser reduzidas com associação de várias técnicas, “nada funciona isoladamente”.
Uma das técnicas mais procuradas é a intradermoterapia (também conhecida como mesoterapia), onde pequenas quantidades de medicamentos são injetadas no local acometido pela gordura. O objetivo é ativar a circulação sangüínea e atuar na quebra da célula gordurosa. O método é contra-indicado para gestantes, pessoas com problemas cardíacos e sensíveis a medicamentos.
Outros aparelhos de eletroestimulação trabalham na aceleração do metabolismo dos tecidos fazendo com que os depósitos de gordura sejam quebrados. Já a famosa drenagem linfática visa a eliminação de gorduras e toxinas do organismo por meio de massagem.
Os cremes redutores não fazem milagres, trata-se de uma opção a mais no tratamento de emagrecimento, “esse tipo de produto deve ser receitado e formulado, cada caso é um caso, e só funciona com a concentração certa de substâncias ativas”, explica Maria Fernanda.

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