terça-feira, 16 de outubro de 2012

Hipertensão na gravidez prejudica raciocínio do bebê


Condição pode influenciar aprendizado da criança até a vida adulta.

Pesquisadores da Universidade de Helsinki, na Finlândia, descobriram que a hipertensão nagravidez, também conhecida como eclampsia ou pré-eclâmpsia, pode afetar de forma negativa as habilidades de pensamento, raciocínio e aprendizado do bebê não só em seus primeiros anos, mas ao longo de toda a vida. Os resultados foram publicados essa semana no periódico Neurology, da Academia Americana de Neurologia. 
Os cientistas avaliaram a cognição de 398 homens, nascidos entre 1934 e 1944, em duas ocasiões: quando eles tinham uma idade média de 20 anos e quando eles tinham, em média, 69 anos. A avaliação foi feita por meio de testes de linguagem, de matemática e de noções espaciais e visuais. Além disso, os pesquisadores analisaram os registros médicos das mães dos participantes durante a gravidez.
Analisando os resultados, os especialistas descobriram que os homens cujas mães apresentavam pressão alta durante a gravidez tiveram menores notas nos testes cognitivos tanto aos 20 quanto aos 69 anos de idade, se comparados com os participantes com mães que tinham pressão sanguínea normal na gestação. Além disso, o declínio da pontuação entre uma avaliação e outra foi maior entre o grupo das mães hipertensas. A associação foi mais forte para os resultados das provas de matemática.
Os pesquisadores acreditam que a pressão arterial elevada interfere no ambiente do útero onde está o bebê durante a gravidez. De acordo com eles, os resultados revelam que problemas de cognição apresentados por um indivíduo mesmo em sua velhice podem ter se originado no período pré-natal, quando é dada a maior parte do desenvolvimento cerebral de uma pessoa.

Saiba como prevenir a hipertensão na gravidez

Uma das principais causas de morte materna, a hipertensão pode afetar a gestante antes ou durante a gravidez, na chamada pré-eclâmpsia. "Os cuidados a serem tomados nesse caso não são diferentes daqueles que a mulher que apresentava hipertensão antes da gravidez irá receber", diz a ginecologista e obstetra Bárbara Murayma, especialista do Minha Vida, de São Paulo.
Segundo a especialista, mulheres com histórico de aumento da pressão antes da concepção ou em gestação prévia, diabetes, doença do colágeno ou doença renal vascular e gestação múltipla têm risco aumentado para desenvolver a pré-eclâmpsia e devem monitorar a pressão a cada trimestre, além de tomar os cuidados indicados para evitar complicações. Saiba como prevenir a hipertensão e evite problemas durante a gravidez:

Reduza o consumo de sal pela metade

Segundo o cardiologista Ivan Cordovil, do Instituto Nacional de Cardiologia, a recomendação é acrescentar apenas três gramas de sal às nossas refeições por dia. Uma colher rasa de café tem aproximadamente um grama de sal, podendo ser usada como medida - duas colheres no almoço e uma no jantar, por exemplo. Para reduzir o consumo de sal, opte por temperos naturais nas refeições como ervas e azeite de oliva. 

Pratique exercícios físicos

"Praticar uma hora de atividade física cinco dias por semana já é capaz de reduzir peso e baixar a pressão arterial sistólica - é a pressão máxima do ciclo cardíaco, e ocorre quando o coração bombeia o sangue para o corpo", explica o membro do Instituto Nacional de Cardiologia Ivan Cordovil. Ele conta que a prática de exercícios libera substâncias vaso dilatadoras, que auxiliam no controle da pressão. 

Mantenha uma dieta balanceada

Segundo a nefrologista Kátia, as frutas e os vegetais são os melhores amigos de quem quer prevenir a hipertensão. "Eles contribuem para uma dieta balanceada, rica em nutrientes e pobre em gorduras saturadas (frituras) e açúcar, diminuindo os riscos de obesidade, principal fator de risco para a hipertensão", afirma. "Além disso, cortar as calorias vazias de alimentos processados, doces e refrigerantes contribui com a perda de peso e diminui os níveis de sódio no sangue."

Fuja do estresse!

Situações de estresse ocasionam o aumento momentâneo da pressão arterial, como resposta às sobrecargas físicas e emocionais do indivíduo. O cardiologista Willian Esteves, do Hospital Vera Cruz, conta que o estresse psicológico crônico influencia o desenvolvimento de hipertensão. "Porém, é necessária a presença de outros fatores de risco para desenvolvimento da hipertensão que coexistem com o estresse, como o sedentarismo e a obesidade." 

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